Não! As Terapias Cognitivo-Comportamentais (TCCs) não são “a melhor terapia” e eu vou te explicar o porquê! Primeiro porque não existe isso de “melhor terapia” ou “melhor abordagem”. A abordagem psicoterapêutica tem muito a ver com o profissional que está atuando e com o que ele se identifica e acredita, com qual visão de mundo e de ser humano ele tem.
Além disso, não existe uma única “TCC”, mas sim várias diferentes vertentes que se enquadram no espectro do que é uma terapia cognitivo-comportamental. Da mesma forma que se tem várias Psicanálises e várias vertentes humanistas, existenciais, fenomenológicas etc. Seria incongruente então dizer que “a TCC” é a melhor abordagem, uma vez que não existe só 1 “TCC”.
“Mas a TCC tem evidências científicas, isso não comprova sua eficiência?” Bem, sim e não. Na verdade, o que as TCCs fazem é buscar se enquadrar em um modelo de ciência específico dentre vários modelos de ciência. E esse modelo no qual a TCC busca se enquadrar é o das ciências biologicistas e positivistas que prezam pela ideia de generalizações universais. Isso é só diferente de outros modelos de ciência, como o que outras vertentes psicológicas buscam fazer, que tem mais a ver com uma descrição e compreensão de fenômenos particulares, e não os tornar universais. Isso não faz da TCC melhor nem pior do que as outras abordagens. Só diferente.
“Mas meu psiquiatra me indica a TCC. Eu não deveria confiar nele?” É bem comum mesmo na atualidade os médicos se aproximarem da TCC, mas apenas porque é a única abordagem que algumas faculdades de medicina ensinam minimamente a respeito no amplo e profundo leque que é a Psicologia. “Só se fala do que se conhece”, e como é um modelo que se aproxima do método biologicista e positivista de fazer ciência da medicina, é muito intuitivo e confortável para um médico entendê-lo. Mas a Psicologia é um curso superior de 5 anos com uma formação bastante densa e apenas um profissional da área está devidamente habilitado para poder te explicar essas nuances.
Como então escolher uma abordagem na hora de fazer terapia? Meu conselho é escolher terapia da mesma forma que você escolheria um outro serviço. Confiando nas coisas que realmente são importantes e necessárias para você, como disponibilidade de tempo, valores e identificação com o profissional. As abordagens são como o corte de cabelo do terapeuta, ou seja, diz mais sobre ele do que sobre você. Além disso, no fim das contas, quase nunca importa saber com qual abordagem ele atua.
Ficou com alguma dúvida? Quer conversar mais a respeito? Me manda uma mensagem!